Toda pessoa pensa sobre as grandes questões da vida em certo grau. Aqueles que captam o conceito de cosmovisão e refletem seriamente sobre os assuntos envolvidos sem dúvida desenvolvem sistemas de crença mais funcionais e coerentes do que aqueles que não o fazem.  

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Graça comum não transforma o homem – Jonathan Edwards

Cultura Redimida
Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais, e sobre as árvores do campo, e sobre os frutos da terra; e acender-se-á, e não se apagará. Jeremias 7:20

Homens em uma condição natural podem ter percepções da culpa que recai sobre eles, da ira de Deus e seu perigo da vingança divina. Tais percepções são raios de luz da verdade. Podemos ver que alguns pecadores têm uma maior percepção de sua culpa e miséria que outros, e isto é porque alguns têm mais luz, ou mais apreensão da verdade do que outros. E essa luz e percepção podem fluir do Espírito de Deus.

O Espírito dá alguma percepção aos homens do pecado, mas ainda assim a natureza é muito mais predominante nele do que a comunicação da a luz espiritual e divina. Trata-se da obra do Espírito de Deus apenas como auxiliar nos princípios naturais, e não infundindo novos princípios.

A graça comum difere da especial na medida em que influencia apenas ajudando a natureza e não por transmitir graça ou concedendo qualquer coisa acima e além da natureza. A luz que é obtida é totalmente natural, ou de nenhum tipo superior ao que a mera natureza alcança, embora mais desse tipo é obtida do que seria obtido se os homens ficaram entregues a si mesmos. Ou, em outras palavras, a graça comum só ajuda as faculdades da alma para fazer mais plenamente o que eles fazem por natureza, como a consciência natural ou razão - será por mera natureza comum fazendo um homem sensato da culpa e vai acusar e condenar quando ele fizer algo errado.

A consciência é um princípio natural para os homens, e o trabalho que ela faz, naturalmente, ou de si mesmo, é dar uma apreensão de certo e errado e sugerir à mente a relação que existe entre o certo e o errado e uma retribuição que virá. O Espírito de Deus, naquelas percepções que os homens não regenerados às vezes têm, auxilia a consciência para fazer este trabalho em um grau muito maior do que faria se eles fossem deixados entregues a si mesmos.

Trata-se assim, da obra do Espírito de Deus apenas como auxiliar nos princípios naturais, e não infundindo novos princípios. O homem continua no mesmo estado de depravação e escuridão espiritual.

Jonathan Edwards (1703-1758) - “A Divine and Supernatural Light”
Jonathan Edwards.com.br




quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Náufrago e a Prosperidade

Cultura Redimida
Há cerca de 1 mês, eu estava assistindo um trecho do filme "O Náufrago" (com Tom Hanks) e em certo momento eu fiquei pensando umas coisas...
Pra quem não sabe, o filme trata de um cara que sobrevive a um acidente de avião, ficando isolado em uma ilha. Lá ele precisa "se virar" pra garantir a própria sobrevivência, e aí podemos ver que ele usa de criatividade e também que com o tempo ele fica habilidoso em algumas atividades, como pescar, por exemplo...
Isso mostra que o ser humano tem um elevado grau de adaptação ao meio, mas ainda assim, se não fosse Deus quem tivesse gerado todos os recursos para nossa sobrevivência, não haveria raça humana...

Mas sobre minha postagem, tem uma cena onde o náufrago acha a

carga que estava no avião e procura então coisas que o ajudassem a se manter vivo... Vendo isso e analisando a situação eu pensei: "Se ele achasse 1 milhão de dólares, serviria pra quê??"
Sim, boa parte das pessoas que conheço nutre um grande desejo por dinheiro, e também por fama, poder, status.. Mas qual o real valor disso??

Claro que, inseridos em uma sociedade capitalista, precisamos de dinheiro para adquirir aquilo que precisamos para nosso sustento e conforto, isso é inegável, mas o que comento aqui é o amor que tantos tem pelas riquezas..
No caso do filme, vemos que se o náufrago achasse todo o dinheiro do mundo ali, de nada serviria pra ele, mas por outro lado, encontrou em alguns objetos velhos a solução pra alguns problemas que passava..
Fica evidente ali a valorização que ele dá ao alimento "que vem do suor de seu rosto" e também a tudo aquilo que o auxiliaria em relação à sobrevivência..

Certo, agora vejam esses versículos:
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (I Timóteo 6 : 10) 
"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." (Mateus 6:26,27,33,34)
Lendo esses textos bíblicos, fica claro que nosso sustento vem de Deus e que esse amor às riquezas que tantos tem é pernicioso, maléfico, que deve ser combatido...

Por essas e outras eu ODEIO a teologia da prosperidade, que prega algo agradável aos ouvidos das pessoas, mas foca justamente nisso que a bíblia diz para não colocarmos nossa dependência... Ao invés de pregar a Graça, o arrependimento de pecados, o amor a Deus e ao próximo; a "lixologia da prosperidade" diz o que as pessoas querem ouvir, é uma teologia egocêntrica e feita sob medida pra todos que antes de tudo vêem a conquista de riquezas como objetivo de vida...
Por isso eu tenho NOJO quando vem um safado e diz algo do tipo "Deus é dono do ouro e da prata, e eu como filho dele mereço isso também" ou algum outro criando "bíblias de vitória financeira". Esses são os típicos lobos em pele de ovelhas.. (se bem que o disfarce já não engana como antes...)


Eu peço que quem lê, se coloque no lugar do Náufrago. Entenda que somos estrangeiros neste mundo, é algo transitório, sendo que nossa vida eterna e cheia de paz não é aqui, mas no porvir... Percebam que nessa passagem por esse mundo teremos aflições e o objetivo não deve ser acumular riquezas (já que quando morrermos isso fica), nem nos tornarmos poderosos (pois bíblia fala em sermos servos uns dos outros), mas sim nos mantermos firmes no caminho..


Se a sua principal motivação nessa vida não está relacionada a fazer a Vontade de Deus antes da sua, reveja seu conceito de cristianismo, já que qualquer adversidade poderá te tirar do Caminho...
Por fim, uma frase do livro do Pequeno Príncipe que reflete muito bem os ensinamentos bíblicos:
"O essencial é invisível aos olhos"
Texto via Barrabás Livre